1Samuel

1Samuel 21 | Fuga frutífera

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Conforme vimos nos capítulos anteriores, Davi estava fugindo do rei Saul, que procurava matá-lo.

Quando o medo leva à mentira

Nessa fuga, Davi se dirige a Nobe, cidade em que viviam sacerdotes (1Samuel 22:19). Assim como quando buscou Samuel, creio que Davi tomou essa direção com a expectativa de receber algum direcionamento da parte do Senhor.

Ao ver Davi chegar, o sacerdote Aimeleque surpreende-se com a visita inesperada, e por isso, teme. Quando questionado pelo sacerdote, Davi mente, dizendo que estava ali em uma missão para o rei Saul. Possivelmente, acreditava que a mentira era justificável, frente às circunstâncias.

Por mais que temesse por sua vida, pecar na tentativa de salvá-la não faz sentido. Mentir não muda a situação, não protege, nem traz salvação. Quem pode fazer isso é somente o Senhor. Como o pecado é sempre uma ofensa para Ele, e muitas vezes (como no caso da mentira) também para nossos irmãos, quebramos os mandamentos que Jesus declarou como mais importantes (Mateus 22:37-39). Portanto, nenhum pecado é justificável, nem mesmo ao enfrentar perigo de morte.

Viver em santidade significa arcar com as consequências de falar a verdade. O que acontece depois da nossa honestidade pode não estar sob nosso controle, mas continua debaixo da soberania de Deus.

Pães e armas

Além de mentir a respeito da razão pela qual estava em Nobe, Davi usou a mentira para pedir ao sacerdote comida e instrumentos de batalha. Ainda assim, recebeu favor da parte de Deus, que foi consultado por Aimeleque em seu favor.

O sacerdote entregou a Davi os pães da presença, ou seja, pães que eram consagrados para os sacerdotes (1Samuel 21:6, Levítico 24:5-9). Pela descrição contida em Levítico, deduzimos que os acontecimentos narrados se deram em um sábado. Por isso Jesus menciona esse acontecimento em Marcos 2:23-28, quando responde aos fariseus sobre o que era ou não permitido fazer no sábado.

Aimeleque entregou também a espada do filisteu Golias, que havia sido tomada do gigante pelo próprio Davi (1Samuel 21:9, 17:51). A espada estava guardada junto com o colete sacerdotal, que era utilizado pelos sacerdotes sempre que se aproximavam do altar para ministrar ao Senhor. Possivelmente, tinham a espada como um memorial da bondade de Deus ao livrá-los das mãos dos filisteus.

Davi recebeu os pães e a espada das mãos de Aimeleque, mas quem proveu alimento e defesa foi o Senhor.

Depois de abastecido em Nobe, Davi foge em direção a Gate, para o rei Áquis. Porém, quando chega lá, é reconhecido pelos filisteus que serviam o rei. O medo tomou conta de Davi novamente, e ele mudou sua atitude, fingindo-se de louco (1Samuel 21:10-15). Por esse motivo, foi expulso, o que salvou sua vida mais uma vez.


O salmo 34 foi escrito por Davi quando o expulsaram de Gate. Davi louva ao Senhor porque Ele ouviu o seu clamor, provendo e livrando-o de suas aflições. Veja, a perseguição continuava e Davi ainda precisava fugir de Saul. Os problemas dele não foram instantaneamente resolvidos, mas ainda assim ele foi grato porque percebeu o agir do Senhor na sua vida. No pão que comemos, no ar que respiramos, há bondade vinda do alto.

Davi passou por inúmeras aflições ao longo dos anos, mas seus salmos nos mostram que os seus olhos estavam abertos para o cuidado de Deus. Todos nós vivemos momentos de angústia, mas sofrimento não é sinônimo de esterilidade. Na verdade, o Senhor costuma gerar coisas belas justamente no lugar em que somos esmagados e quebrantados.

Olhe com atenção para tudo o que o Senhor tem feito em sua vida. Tenho certeza que, mesmo que suas circunstâncias estejam difíceis, você encontrará um Deus que não está longe e inalcançável, mas está perto.

Nos pequenos detalhes ou nos grandes gestos, Ele é refúgio para os que O amam. Basta correr para Ele.

Bom sábado! 🙂

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