1Samuel 28 | Quando o silêncio diz tudo
Os filisteus reuniram seus exércitos para lutar contra Israel, possivelmente vendo a nação enfraquecida após a morte de Samuel e a insatisfação crescente do povo com Saul. O rei de Gate, Áquis, ordena que Davi e seus homens lutem juntamente com os filisteus, ao que Davi responde positivamente (1Samuel 28:1-2).
Uma resposta a todo custo
Quando os exércitos inimigos montaram seus acampamentos, Saul viu os filisteus e foi tomado de grande temor. Com o coração perturbado, Saul consultou o Senhor, mas não obteve resposta, nem por sonhos, nem por profetas, nem pelo Urim (1Samuel 28:4-6).
Saul havia expulsado do território israelita todos que consultavam mortos e adivinhos (1Samuel 28:3), o que estava de acordo com as ordens que o Senhor havia dado ao povo através de Moisés (Levítico 19:31; 20:6,27). Diante do silêncio de Deus, porém, Saul pediu que seus servos buscassem uma mulher que pudesse consultar os mortos (1Samuel 28:7).
Ao encontrar-se com a necromante, Saul pede que ela traga Samuel. Samuel questiona a motivação de Saul em procurá-lo, ao que o rei responde dizendo que estava muito angustiado e não obtivera resposta de Deus. O que Saul desejava era a ajuda e o conselho de Samuel.
Então Samuel disse: Por que me perguntas, se o Senhor se afastou de ti e se tornou teu inimigo?
1Samuel 28:16
As palavras de Samuel chamam Saul à razão. Se Deus não havia respondido o rei até o momento, o que o levava a crer que obteria alguma resposta ao invocar um profeta dos mortos? Não era contraditório procurar a vontade de Deus de formas ilícitas?
Ainda, Samuel lembra Saul daquilo que já estava profetizado a respeito do fim do seu reinado e o direito do trono de Israel passado para Davi. O Senhor já havia determinado o fim de Saul quando este pecou contra Deus, não obedecendo à ordem de exterminar os amalequitas (1Samuel 15). E, agora, isso se cumpriria. Samuel profetiza que no dia seguinte Saul e seus filhos estariam com ele, e o Senhor entregaria Israel na mãos dos filisteus (1Samuel 28:17-19).
Depois de ouvir as palavras de Samuel, Saul caiu em terra, estendido no chão, tomado de grande medo. A mulher alimentou ele e seus servos, pois o rei não havia comido nada o dia inteiro e a noite inteira, e havia perdido as forças (1Samuel 28:20-25).
Saul estava sem forças. Fisicamente, uma refeição foi suficiente para fortalecê-lo. Espiritualmente, a falta de Deus o deixava cada vez mais fraco.
A desobediência de Saul levou seu coração a um estado de dureza tamanha que, quando sentiu medo e desejou buscar a Deus, não soube o que fazer ao não obter resposta. Saul não compreendia o anseio do Senhor por arrependimento, tanto que, ao invés de clamar e se arrepender, Saul trouxe mais pecado sobre si ao recorrer à adivinhação.
Às vezes o Senhor não fala claramente, e precisamos saber reagir quando tudo que ouvimos é silêncio. Nem sempre não ouvir nada de Deus significa que Ele se afastou (como foi o caso de Saul). Muitas vezes, o silêncio é um convite à espera. Definitivamente não significa que devemos buscar no misticismo, em meios ocultos ou na nossa própria mente as respostas que desejamos.
Além disso, se não conhecemos o Senhor e a Sua voz, dificilmente saberemos ouvir quando pedirmos Sua ajuda. Só buscá-Lo quando as situações difíceis chegam é tomar sobre si um grande risco de não saber reconhecê-Lo.
Conhecer e prosseguir em conhecer. Esse é o meu desejo, pra mim e pra você. Um bom sábado 🙂