1Samuel 18 | A humildade precede a honra
Após derrotar Golias, Davi passou a ser visto de forma diferente por um novo amigo, pelo povo e pelo rei, o que representou um novo período na sua vida.
Uma amizade para Davi
Depois dos acontecimentos narrados no capítulo anterior, o filho de Saul, Jônatas, se aproximou de Davi. Não apenas isso, mas é dito que Jônatas amou Davi como a si mesmo (1Samuel 18:1,3). Isso me lembra de quando questionaram Jesus sobre qual é o maior mandamento na Lei.
Jesus lhe respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos.
Mateus 22:37-40
Este é o amor que todos somos chamados a colocar em prática, o amor que supera o orgulho. Jônatas mostra em prática esse amor quando dá a Davi sua armadura, sua espada, seu arco e seu cinto (1Samuel 18:4). No contexto em que viviam, essa atitude era uma forma de honrar o homem que recebia estes itens do filho do rei.
Na ação de Jônatas, vejo um homem que despe-se de si mesmo e ama o amigo de forma servil.
Todos os olhares recaem sobre Davi
Depois da vitória sobre Golias, Davi ganhou uma amizade preciosa, mas também um inimigo. Quando o exército israelita retornava da batalha, as mulheres de Israel celebravam e enalteciam Davi, enquanto que Saul era diminuído nos cânticos entoados.
A inveja começa a corroer Saul, que tem o ego ferido e se sente ameaçado pelo jovem guerreiro. O rei temia Davi porque o Senhor estava com ele, enquanto que Seu Espírito havia se retirado de Saul (1Samuel 18:9,12).
Inveja que mata
Em um dos momentos em que Davi tocava a harpa para Saul, o rei tenta matá-lo com uma lança. Depois disso, Davi é afastado da presença dele (1Samuel 18:11,13).
Ainda assim, Saul não deixou de desejar a morte de Davi. Por isso, planejou dar uma filha em casamento a Davi, com a condição de que ele lutasse como guerreiro. O plano de Saul era que Davi fosse morto no campo de batalha, deixando assim de ser uma ameaça para o seu reinado.
No entanto, quando oferece a mão da filha mais velha, Davi nega, julgando-se indigno de ser genro do rei. A outra filha de Saul, no entanto, amava Davi. Dessa forma, Saul empreende mais uma tentativa de colocar seu plano em prática, ao que Davi mais uma vez responde mostrando o contraste entre o rei e as suas condições e origem humilde (1Samuel 18:17-23). Considerando as respostas de Davi e aquilo que podemos observar do seu caráter, ele honrava o rei Saul e não se considerava digno de ser genro do ungido do Senhor. Em momento algum percebemos que Davi pretendia usurpar o trono, ou que se considerava digno para tanto.
Quando Saul pede que, ao invés de pagar um dote, Davi entregue os prepúcios de cem filisteus, Davi aceita a proposta. Pela confiança que Davi mostrou na batalha contra Golias, penso que foi fácil para ele aceitar esse desafio. Não porque se julgava bom ou forte, mas porque acreditava que o Senhor era com ele e, se fosse da vontade de Deus, ele venceria.
De fato, Davi não apenas cumpre com o proposto, como leva o dobro de prepúcios diante de Saul. Com isso, Davi toma Mical como esposa, se tornando genro do rei.
Os planos de Saul para matar Davi fracassaram. E, curiosamente, o motivo para isso é justamente o mesmo que levou o rei a desejar a morte de Davi. Saul invejava Davi e se sentia ameaçado por ele porque o Senhor estava com Davi; Davi se livrou da morte em cada tentativa de Saul, porque o Senhor estava com ele.
A presença do Senhor com Davi o levava a ser bem-sucedido em tudo que ele fazia. Era vitorioso nas batalhas e amado pelo povo de Israel (1Samuel 18:5,14-16,28-30). O Espírito de Deus estava em Davi, o conduzia, o levava à vitória e o livrava da morte. Em contrapartida, o Espírito de Deus havia se retirado de Saul, que sentia inveja diante da fama e sucesso de Davi.
Ao observar o embate contra Golias, percebemos que Davi possuía uma coragem ímpar, fruto de sua fé e confiança no Senhor. Estas, por sua vez, são o resultado natural para todo aquele que conhece Deus e o Seu caráter. Outra consequência disso pode ser observada no capítulo de hoje: humildade.
Mesmo se tornando famoso e admirado por suas vitórias, Davi não mostrava arrogância ou prepotência. Pelo contrário, quando lhe foi oferecida a oportunidade de ser genro do rei, ele mostra que não se considerava digno.
Davi sabe que tudo que há de bom nele vem de Deus. Por isso, luta com coragem, age com confiança e responde com humildade.
Quando nos orgulhamos do bem que fazemos, estamos tentando receber a glória que é devida ao Senhor e a Ele somente. Pertencer a Deus e ser morada do Espírito Santo não são méritos nossos, mas presentes do Senhor.
Nossa riqueza e valor não estão nas coisas que temos ou naquilo que somos, mas no Deus a quem pertencemos. Que nesse dia você seja lembrado desse presente, e seja grato por Ele. Deus te abençoe!