1Samuel 8 | Chamado para ser diferente
O capítulo anterior termina falando sobre o serviço de Samuel como juiz de Israel. Agora, vemos que Samuel envelheceu e designou seus filhos para a mesma função.
Os filhos de Samuel, Joel e Abias, não andaram nos caminhos do pai. É narrado que eles se tornaram gananciosos; recebiam subornos e pervertiam a justiça (1Samuel 8:3).
Um rei em lugar do Rei
Os anciãos de Israel, insatisfeitos, se reuniram e foram até Samuel pedindo que ele instituísse um rei para julgá-los. Samuel não ficou feliz com isso, mas orou ao Senhor. Mesmo que Samuel estivesse descontente com o pedido, se colocou diante de Deus para ouvir o que Ele tinha a dizer, porque é essa a opinião que verdadeiramente importa.
Pela resposta que Deus dá, penso que Samuel se sentiu rejeitado como juiz, talvez ainda sem compreender totalmente quão grave era a insubordinação do povo perante Deus. De fato, a tendência da natureza caída é sentir o orgulho ferido, olhando para si primeiro. Mas Deus mostra que essa situação na verdade tem a ver com Ele. Tem tudo a ver com Ele.
E o Senhor disse a Samuel: Atende ao povo em tudo quanto te pedir, pois não é a ti que rejeita, mas a mim, para que eu não reine sobre ele.
1Samuel 8:7
O Senhor ainda acrescenta que Samuel deveria advertir o povo a respeito dos direitos que o rei teria sobre eles. Dos versículos 10 ao 17, Samuel então descreve tudo que aconteceria ao povo a partir do momento que tivessem um rei os governando. Basicamente, os israelitas não seriam livres, mas forçados a sustentar o rei e o reino.
As advertências do Senhor escancaram as diferenças entre um rei que é homem e o Rei que é Deus. No Senhor não há escravidão, mas doação alegre e servil.
Ser como o mundo é
Já no versículo 5 e também no 20 compreendemos a razão que move o pedido dos israelitas por um rei: o desejo de ser como as outras nações.
No entanto, Israel não foi designada para ser como as outras nações, pelo contrário. O Senhor escolheu e separou o Seu povo para ser diferente.
Sereis santos para mim, porque eu, o Senhor, sou santo, e vos separei dos povos para serdes meus.
Levítico 20:26
Por causa do pecado, aquilo que os outros têm e vivem pode parecer mais atraente do que pertencer ao povo de Deus. Ser cristão é ser diferente do mundo, e, como já falamos nos devocionais dos dias anteriores, exige coragem. Precisamos nos lembrar de que o Reino dos céus é eterno, não se limita aos poucos anos que vivemos debaixo da autoridade dos reinos passageiros. Não devemos temer ser diferentes. Devemos temer nos encaixarmos nos moldes do mundo.
Desobediência deliberada
O desejo de ser como todos os outros levou o povo a ignorar Samuel e dizer que não se importava com todos os avisos vindos da parte de Deus. Mesmo sabendo o que os aguardava, não levaram em conta pelo simples anseio de se parecer com o mundo. É triste ver esses acontecimentos narrados logo após um capítulo que relatou um período de arrependimento e corações voltados para o Senhor.
Mesmo assim, Samuel ouviu tudo que eles tinham a dizer e repetiu para o Senhor (1Samuel 8:21), cumprindo com zelo sua função de conexão entre Ele e o povo. Então, o Senhor ordenou que Samuel fizesse o que o povo pedia.
Com isso, Deus nos ensina que nem sempre ter o que queremos é benéfico de verdade para nós. O que acontece muitas vezes é o contrário. O que queremos (na carne) vai contra aquilo que sabemos que Deus quer de nós, gerando um conflito interno, uma batalha entre carne e espírito.
Por isso, precisamos estar constantemente diante de Deus para alinharmos nossos corações ao dEle. Quando isso acontece, passamos a querer o que Ele quer, mesmo quando não compreendemos.
Nós precisamos aprender a deixar o Senhor reinar sobre as nossas vidas. Não adianta apenas confessá-lo como Rei e Senhor, é necessário viver de acordo com isso.
Isso significa ser diferente. Andar na contramão. Fazer o que ninguém mais faz, não fazer o que todo mundo faz. Obediência a Deus não combina com temor de homens. As duas coisas simplesmente não podem andar juntas.
Estamos no mundo, mas não somos dele. Sejamos sal e luz! 🙂
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