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Chegamos ao quarto capítulo de 1Samuel, que apresenta o conflito entre os israelitas e os filisteus. A guerra entre os povos pelo domínio das terras durou muitos anos e permeou diversos momentos da história do povo de Deus.

O preço da derrota

O versículo 2 aponta para uma vitória dos filisteus, que mataram cerca de 4 mil homens do exército de Israel. Após a derrota, as autoridades israelitas ordenam que a arca seja tirada do templo em Siló e levada até o acampamento, em Ebenézer.

Quando a arca chega no acampamento israelita, o povo se alegra e celebra. Em contrapartida, os filisteus ouvem os gritos e temem, porque conhecem a história daquilo que Deus fez ao tirar o povo do Egito. Mas, mesmo temendo, os filisteus vão à luta e derrotam Israel novamente, dessa vez matando 30 mil soldados. Além disso, os sacerdotes Hofni e Fineias também foram mortos e a arca, levada (1Samuel 4:10-11). A situação de Israel nessa guerra não era nada favorável.

Más notícias chegam a Siló

Um mensageiro vai a Siló e comunica os acontecimentos da batalha ao povo da cidade e ao sacerdote Eli. Há lamento entre as pessoas que ali vivem, e Eli cai de sua cadeira, quebra o pescoço e morre ao ouvir que a arca de Deus havia sido roubada.

Diante da morte de seus entes queridos e do roubo da arca, a esposa de Fineias dá à luz e também morre. Antes disso, porém, dá o nome do seu filho de Icabode, que significa “onde está a glória?”, porque a arca havia sido tomada (1Samuel 4:19-22). Ela estava errada ao presumir que a glória de Deus poderia ser roubada junto com a arca, mas estava certa ao lamentar profundamente a falta da presença do Senhor.

Com estes acontecimentos vemos o cumprimento do juízo que o Senhor havia proclamado à família de Eli (veja os posts dos capítulos 2 e 3).

A verdadeira derrota de Israel

De fato, a arca da aliança representava a presença de Deus (Êxodo 25:22), mas não era um talismã ou algo do tipo para ser usado quando o povo bem desejasse. Possivelmente influenciados pela idolatria dos povos vizinhos, eles assumiram que a presença da arca no acampamento automaticamente lhes daria a vitória.

Creio que o povo de Israel não tivesse o entendimento pleno de que Deus está em todos os lugares e não contido em um objeto ou lugar (Isaías 66:1, 1Reis 8:27). Mas, ainda assim, o Senhor não é manipulável. A arca ser levada para o acampamento não O convenceria ou coagiria a fazer o que os israelitas desejavam. Da mesma forma, o povo lamenta quando a arca é perdida, como se o Senhor não pudesse estar com eles e intervir em seu favor a menos que o objeto estivesse presente.

Após a primeira derrota em momento algum é narrado que o povo se colocou diante do Senhor e clamou por Seu socorro, ou sequer questionou se a aflição poderia ser decorrente de seus pecados. Levar a arca para o acampamento foi a solução mais fácil que as autoridades israelitas encontraram – e o fizeram sem ao menos pensar em consultar o Senhor. Ainda foram endossadas pelos sacerdotes Hofni e Fineias (que já sabemos que não estavam agindo de forma correta em seu papel).

Israel não perdeu apenas a batalha para os filisteus, foi muito mais do que isso. Ao não cumprir os termos da aliança com o Senhor, o povo foi afastado da Sua presença.


Na verdade, o que os israelitas precisavam fazer era simples. E é também o que nós somos chamados a fazer em nossa caminhada com Deus. Não há vitória sem a presença do Senhor, mas Ele deseja arrependimento e corações voltados a Ele.

Quantas vezes também nós lutamos para fazer aquilo que sabemos que Ele quer de nós? Em quantos momentos sabemos que estamos em pecado e ainda assim adiamos a confissão? Com que frequência nos colocamos diante de Deus e realinhamos o nosso coração ao dEle?

Ser salvo por Jesus não implica não ter mais do que se arrepender. Na realidade, é o oposto disso. Quando andamos com o Senhor, nossos pecados ficam ainda mais evidentes diante da santidade dEle. Somos chamados a nos arrependermos genuinamente e sermos transformados de acordo com o caráter de Cristo (Lucas 5:31-32, Romanos 8:29).

O pecado nos afasta de Deus mas, graças ao sacrifício de Jesus, todos os dias temos a oportunidade de nos prostrarmos aos pés dEle mais uma vez. Ao achegarmo-nos ao trono da graça, recebemos misericórdia e graça, e é essa graça de Deus que nos conduz ao arrependimento (Hebreus 4:16, Romanos 2:4). Isso está disponível, hoje mesmo, agora mesmo. Que não percamos a oportunidade.

Uma quarta feira alegre na presença de Jesus! 🙂

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