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O segundo capítulo de 1Samuel começa com uma bela oração de louvor a Deus, proclamada por Ana ao entregar seu filho para o serviço no templo. Do versículo 1 ao 10 vemos novamente a mulher derramar seu coração diante do Senhor, dessa vez de alegria.

Aquele que conhece, louva

Ana exalta a santidade e a soberania de Deus e enfatiza em inúmeros versos que Ele é único e não há outro como Ele. Só o Senhor sabe de todas as coisas e tudo a Ele pertence. Somente Ele tem o poder de dar e tirar a vida, humilhar e também exaltar. Ninguém pode lutar contra Ele ou sobrepujar a Sua vontade.

Como observamos no capítulo 1, a vontade do Senhor se uniu com a petição do coração de Ana e, ao cantar sobre esses atributos, ela mostra entendimento de que sua oração foi atendida somente porque Deus é bondoso e misericordioso.

Ele guardará os pés dos seus santos, mas os ímpios ficarão mudos nas trevas, pois não é pela força que o homem prevalecerá.

1Samuel 2:9

Esse versículo deixa muito claro que todos, santos ou ímpios, crentes ou não crentes, estamos debaixo da soberania de Deus e dependemos do Seu favor. A força do homem não se compara à força do Senhor. E, na verdade, isso também é parte da Sua graça para conosco. Como nossas vidas e o mundo em que vivemos seriam se pudéssemos impôr nossa vontade sobre a de Deus? Nós não somos naturalmente bons, justos e santos, mas a vontade dEle é boa, perfeita e agradável mesmo quando não compreendemos Seus caminhos.

Contrastes no templo

A partir do versículo 11 de 1Samuel 2 o cenário muda, e podemos compreender um pouco mais daquilo que se passava no templo enquanto Samuel lá vivia. Nessa época, os filhos de Eli, Hofni e Fineias, serviam como sacerdotes diante do Senhor. Porém, vemos que eles agiam de forma perversa, pois:

  • eram ímpios e não conheciam o Senhor (1Samuel 2:12);
  • desprezavam as ofertas ao Senhor, tomando a melhor parte para si, impedindo o povo de completar seus sacrifícios (1Samuel 2:13-17);
  • se deitavam com mulheres que ministravam à porta da tenda da revelação (1Samuel 2:22).

Em um contraste intencional, vemos Samuel que, ainda pequeno, ministrava diante do Senhor (1Samuel 2:18) e crescia em estatura e graça, tanto diante do Senhor quanto dos homens (1Samuel 2:26).

Repreensão e destruição

Eli sabia do comportamento de seus filhos e questiona o seu mau procedimento. Porém, ao receber de um homem de Deus o anúncio da queda de sua família, é repreendido pelo Senhor como participante do pecado dos filhos. Ao permitir que seus filhos desobedecessem a Deus, Eli também pecou.

O Senhor fala a Eli sobre o privilégio que sua família recebeu de ministrar diante dEle, e declara que isso terá fim. Deus anuncia que nem eles, nem seus descendentes, seriam parte daquilo que Ele faria à nação de Israel. O castigo é, certamente, pior do que a morte.

Afinal, o que o Senhor deseja?

Esse capítulo é repleto de acontecimentos contrastantes. Primeiro, vemos o louvor de Ana, exaltando a soberania de Deus sobre todas as coisas. Depois, observamos a perversidade de Hofni e Fineias, que agiam com falta de zelo e temor. E, em alguns momentos breves, Samuel aparece como um contraponto aos sacerdotes ímpios.

Na antiga aliança, os sacerdotes agiam como intermediários entre o povo e Deus, e podemos dizer que tinham uma posição bastante privilegiada de acesso ao Santo. Após pronunciar a sentença a Eli e seus filhos, o Senhor declara:

E escolherei para mim um sacerdote fiel, que fará segundo o que está no meu coração e na minha mente. Eu lhe edificarei uma família duradoura, e ele ministrará para sempre diante do meu ungido.

1Samuel 2:35

O Senhor deseja fidelidade, e isso se aplica a nós também (Apocalipse 1:6, Apocalipse 5:10, 1Pedro 2:9). Ele deseja pessoas que sejam zelosas por aquilo que Ele é zeloso. Homens e mulheres que vivam suas vidas buscando obedecê-Lo e amá-Lo acima de todas as coisas. Não mais precisamos de sacrifícios e ofertas para nos aproximarmos de Deus, mas podemos ministrar a Ele em todo tempo, onde estivermos.


Os filhos de Eli estavam acostumados com os privilégios sacerdotais e achavam que sua posição conferia a eles algum tipo de garantia perante o Senhor. Porém, esqueceram-se daquilo que Ana enaltece em sua oração de louvor logo no início desse capítulo: todos estamos debaixo da soberania de Deus.

Quantas vezes nós nos acostumamos ao lugar de intimidade, que recebemos tão graciosamente de Deus, ao ponto de deixarmos de ministrar a Ele de forma digna, assim como aqueles sacerdotes?

Hofni e Fineias não conheciam o Senhor; a Palavra afirma isso e os atos deles comprovam esse fato. Por outro lado, Ana conhecia a Deus, porque canta sobre Seus atributos e O louva. E Samuel, por sua vez, tinha um coração cativado pela presença dEle, e desde menino ministrava no Seu templo.

Para hoje, oro para que conheçamos e prossigamos em conhecer o nosso Senhor (Oseias 6:3). Que nossos lábios entoem louvores como Ana, exaltando a soberania do Senhor. E que, como Samuel, possamos servir com fidelidade, honrando a presença do Senhor e ministrando a Ele dia e noite, em tudo que fizermos.

Que seu dia seja abençoado!

3 Comments

  1. Que texto renovador. Depois de um mês de tantas más noticias no mundo, essa reflexão me lembra o que mais importa, e me lembra também que Ele está no controle em Soberania, exercendo seus planos junto aos que o conhecem e proseguem em conhecê-lo!

    Glória à Deus ♥

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