Ordinário
Me arrisco a dizer que (quase) todo mundo tem pelo menos uma foto de um pôr do sol na galeria do seu celular. Daquele dia em que o céu foi colorido em tons alaranjados, com nuvens que pareciam pinceladas de um artista. Ou daquela tarde que foi alegrada pelo rosa que surgiu. Ou então do dia em que o céu ficou repleto de algodão doce.
Quando somos presenteados com a visão de uma obra de arte pintada nos céus, é inevitável que nosso olhar seja atraído. Somos atraídos para o belo. Mas, nem sempre, somos capazes de enxergar a beleza para além do que é extraordinário.
Se atentarmos nossos olhares, o ordinário exala tanto de Deus que é impossível não ver beleza nele. Há beleza no cheiro de café passado que inunda a casa. Na réstia de sol que aparece na sala no final da tarde. No som que vem da cozinha anunciando que logo uma refeição será servida. Na roupa que é recolhida do varal seca e quentinha. No compartilhar das refeições com alguém que se ama.
Deus está no ordinário. E, onde Deus está, há beleza.
Dica de livro: “Liturgia do Ordinário” – Tish Warren. Eu amo e indico demais esse livro! Para treinar o olhar e desligar o piloto automático.